data de lançamento:2025-04-07 11:57 tempo visitado:128
[RESUMO] Principal escritor brasileiro vivoRed Tiger Gaming Melbet, Augusto de Campos lança seu último livro de poemas. Em entrevista, ele comenta os motivos da despedida, ressalta a importância de uma poesia que confronte os desajustes do mundo, lamenta a ascensão de uma direita autoritária internacional, analisa os paralelos entre poemas e canções e suas recentes descobertas na música popular, como Tim Maia, Xênia França e Amaro Freitas.
Mais Confiável do Brasil — Melhor experiência de cassino online, Super Οdds e Ofertas especiais.Na capa de "Pós Poemas", sua despedida dos livros de poesia, Augusto de Campos aparece no alto de rochas apontadas contra o céu, na Serra do Rola-Moça, em Minas Gerais. Em 1963, na fotografia feita por Lygia de Azeredo, sua esposa, o poeta tinha 32 anos, participava da Semana de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte, e concluía a obra-prima "cidade".
Aos 94 anos, com um gestual não muito distante daquele do jovem do retrato, ele diz que o ponto final na criação poética não o afastará dos trabalhos de tradutor. "Sim, apenas traduções/interpretações. Poemas são gestações. Não dá mais pra mim."
O último livro reafirma a "poesia da recusa" e o desejo de intervir no mundo. Num arco de 74 anos, de "O Rei Menos o Reino" (1951) até "Pós Poemas", Augusto lançou duas dezenas de obras de poesia, a contar as edições do livro-revista "Noigandres", esteio do grupo concreto fundado com Décio Pignatari e seu irmão Haroldo de Campos.
Nascido em São Paulo, em 1931, o poeta publicou 17 livros de ensaios e revisões críticas, 43 de traduções e, desde 2018, 24 plaquetes de "extraduções" pela editora Galileu. Ele ampliou o repertório de vanguardas poéticas em língua portuguesa, ao verter para o idioma Mallarmé e Ezra Pound, Gertrude Stein e James Joyce, Sylvia Plath e Dylan Thomas, entre outros, e influenciou não só poetas, mas músicos, cineastas, artistas plásticos, jornalistas, ensaístas e críticos de arte.
O livro de despedida preserva a poesia como o núcleo de mudança da vida e o vetor de interpretação do mundo. Na introdução, afirma que "a poesia hoje é uma prática de gueto, de artífices desarticulados".
O poema final, o "Ex/isto" (1970) retirado do livro "colidouescapo", não é a sua última palavra, mas uma palavra dobrada em sua história —ex-tudo e pós-tudo, o poeta demarca sua permanência e seu silêncio. Duas joias de 2021, "poesia é o que" e "poeta gueto", entram no percurso autorreflexivo.
"Pós Poemas" tem seis seções. Os "contrapoemas" exprimem o confronto de Augusto com o fascismo em alta no país e o governo de Jair Bolsonaro, alvo de "omito" (2019), "já era" e "fora" (2022). O estímulo ao porte de armas, pautado pela extrema direita, surge em "educaixão" (2019).
jogo de aposta do tigreO retorno aos poemas participantes —divulgados no perfil @poetamenos, no Instagram— foi impulsionado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e pela ascensão bolsonarista.
jogos tigre"A direita extrema, média ou mínima é sempre abominável. Sempre fui de esquerda. Mas também sempre anti-stalinista. À esquerda da esquerda, como gostava de se definir o poeta Iessiênin. Estudei russo com Boris Schnaiderman, um guia espiritual luminoso em literatura e em política. E sempre à luz do lema de Maiakóvski: ‘Sem forma revolucionária não há arte revolucionária’, que levei para justapor-se ao nosso manifesto", diz o poeta.
fortune tigre"Trump é um mentecapto, horrível, grotesco, mas muito perigoso! Que ganhe a eleição nos EUA e seja ungido como presidente apenas evidencia o fracasso do capitalismo americano como líder da democracia: ‘Um conto tonto, dito por um idiota, som e fúria, signi/ficando nada.’ Guimarães Rosa diria que ele é a encarnação do demo. Demonocracia."
Nem todos seus poemas políticos recentes entraram no livro. Augusto selecionou os mais perenes, acima das circunstâncias, e assim expressou o receio de um retorno da extrema direita à Presidência da República.
"Como o bolsotrumpismo continua solto por aí, é preciso reagir", afirma. Noutra seção, o poema "Vertade" (2021) contém uma travessia vertical entre verdade e mentira, com as fontes em verde e vermelho no fundo preto, refletindo a confusa fronteira de fato e ficção no mundo das fake news. "Pretende ser um poema anti-fake, de certa forma também participante."
"Os poemas políticos são pílulas antifascistas que estão na tradição do agitprop, o uso da linguagem poética para criar uma memória e uma posição frente ao estado de coisas. Numa época em que a linguagem política está tão degradada, esses poemas são necessários", avalia o professor da Universidade de Buenos Aires, Gonzalo Aguilar, autor de "Poesia Concreta Brasileira" (Edusp).
"Existe outra política em Augusto que nem sempre é salientada. É a política da poesia mesma", ressalta o crítico argentino. "Na tradução, com uma difusão democratizadora da poesia universal, no tratamento do sujeito lírico, onde o ‘ninguém’ abre o jogo de identificações, e na invenção com que o poeta cria uma comunidade e, ao mesmo tempo, procura o seu lugar, adentro e afora, com o prefixo ‘ex-’ que fecha o livro: expoeta existe."
No livro, o poema "imortais" satiriza a Academia Brasileira de Letras (ABL) e reforça a crítica histórica dos concretos ao oficialismo literário e à mística da "imortalidade". Em 2019, Augusto absorveu a estrutura de um anúncio empolado da instituição —"o acadêmico decano da casa/ entregou a espada/ o acadêmico/ fez a aposição do colar/ e o acadêmico/ a entrega do diploma".
"O poema é quase um ready-made, aproveitando um comunicado expresso da própria Academia. Que para mim é ‘de riso motivo’, como diria Gregório de Matos", diz Augusto. "Ready-made" é o gesto vanguardista de transpor um objeto pronto, preexistente, para a categoria de obra de arte.
As melhores cotações ZA9BET.Bet | Site para Jogar Jogos Onlinetiger fortune"Clarice Lispector afirmou que não postularia a sua entrada na Academia porque se sentia mortal demais. Foi muito branda. Eu me sentiria mais morto do que vivo se fosse laureado com esse tipo de ‘imortalidade’."
jogo tigrinhoA despedida acontece ao mesmo tempo da reedição de "Poemóbiles" (1974), a caixa com 12 poemas-objeto tridimensionais concebida em parceria com Julio Plaza, relançada pelo Lote 42/ Selo Demônio Negro.
"Julio e eu fizemos uma parceria anímica. Desde o início, quando em vez de crítica fiz um poema para o seu álbum ‘Objetos’, com artes em recortes tridimensionais, nos entendemos sincronicamente. Respondíamos ‘sin esfuerzo’ às provocações artísticas que nos fazíamosRed Tiger Gaming Melbet, e assim vieram ‘Poemóbiles’, ‘Caixa Preta’, ‘Reduchamp’."
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