data de lançamento:2025-02-12 13:53 tempo visitado:72
Traição é um dos temas mais delicados, dolorosos e urgentes a serem abordados de forma corajosa e complexa. Convido você a pensar no ato não como um "erro moral", mas como uma expressão da complexidade do desejo. Talvez mais duro do que lidar com a quebra da confiança seja enfrentar a inevitável quebra da ilusão da completude. A traição desvela algo estrutural do humano: o desejo é sempre divididojogo fortune ox demo, e, ainda que nos amemos muito, não somos tudo para o outro.
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ZA9BET Bet | Vem pra ZA9BET | Vai de Bet na ZA9BETjogo do tigreCasais felizes traem, pessoas comprometidas com a monogamia traem, quem ama trai. Segundo a pesquisa "Radiografia da infidelidade e infiéis no Brasil 2022", 8 em cada 10 brasileiros admitem já ter traído, e 7 em cada 10 dizem acreditar que é possível amar e ser infiel. Como provoca Esther Perel: "Como podemos nos reconciliar com algo que é universalmente proibido e universalmente praticado?".
caso joao paulo em piracicabaRetomando a ideia de que o desejo é sempre dividido, é preciso, ainda que doído, entender que a traição não é sobre você, é sobre ele. Perel defende: "Quando buscamos um terceiro, não estamos virando as costas ao parceiro, mas à pessoa que nos tornamos. Não buscamos outra pessoa, buscamos um ‘outro’ de nós mesmos".
Compreender que a traição reflete o desejo por novas formas de conexão, autonomia e liberdade —sem cair na ilusão de que "poderíamos ter feito isso juntos"— exige maturidade e nos convoca a olhar para nossos próprios desejos. Penso em Nilton Bonder, que em "A Alma Imoral" nos provoca: "A fidelidade será voltada ao próprio desejo ou à cultura na qual se está inserido? E se não atender ao seu desejo? Terá traído a si mesmo?". E afirma: "Há traições pela fidelidade muito mais violentas do que as traições pela transgressão''.
Acredito que relacionamentos saudáveis não necessariamente são os que se tornam abertos para evitar a transgressão. São aqueles maduros o suficiente para entender que a transgressão faz parte do desejo humano e que realizá-la não significa o fracasso da relação, mas do ideal romântico (que por si só é insustentável). É preciso desmoralizar a traição.
TodasNo entanto, quando a transgressão vem à tona, é preciso coragem e honestidade para enfrentá-la. A mesma moral que leva a pessoa traída a invalidar o caráter do parceiro faz com que o traidor queira se eximir da culpa e, por isso, minta.
Mais do que a traição em si, o que corrói os relacionamentos é a negação, a sequência de mentiras, o jogo de manipulação, o desmentido. E, mais do que nunca, acho importante discutirmos os impactos do desmentido nos casos de traição, visto a repercussão do caso de Vanessa Barbara contado em podcast da Rádio Novelo.
Na psicanálise, o desmentido é um mecanismo de defesa em que a pessoa simultaneamente reconhece e nega uma realidade incômoda na tentativa de evitar a dor do confronto com algo insuportável. Em situações de infidelidade, essa é uma peça-chave do jogo psicológico: o parceiro infiel, confrontado por provas evidentes, insiste em negar. A mentira escala envolvendo cada vez mais pessoas, criando uma rede de tensões emocionais que sufocam qualquer chance de reconciliação genuína.
O traidor, temendo ser descoberto, desloca a culpa para o outro com frases como "você está paranoico" ou "você deveria se tratar". Essa dinâmica perversa inverte os papéis, fazendo o traído internalizar a culpa e duvidar de si mesmo. Surge, então, o gaslighting: um jogo de manipulação que destrói a confiança no próprio julgamento e aprofunda o trauma. Como aponta Sandor Ferenczi, o trauma não é apenas o evento em sijogo fortune ox demo, mas a forma como ele é tratado ou desmentido pelas figuras de referência. No caso da traição, não é apenas o ato que machuca, mas a forma como o traidor lida com ele.
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